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Quantas vezes se pode viver o mesmo dia?

A cada hora novas emoções nascem e desaparecem para, no final do dia, nos deitarmos cansados mas acordarmos cheios de esperança de que isto vai passar. Porque vai passar.

Ai vai, vai.

Hoje quero falar-vos de bem-estar e espiritualidade, que é como que diz sentirmo-nos bem seguindo a nossa natureza mais humana e menos tecnológica.

Mais um domingo no miradouro da Senhora do Monte, em Lisboa, no muro do miradouro, com o cão de um lado e o saco de pano do outro, bloco ao colo, álcool gel por todo o lado. Olho à minha volta e tento respirar, apreciar o espaço que tenho à frente, o silêncio sem gente. Mas o ar está preso. Mais um domingo de recolhimento obrigatório às 13h em Lisboa, neste Dezembro de 2020. Após várias semanas, já todo o bairro se acostumou a esta nova dinâmica da calma ansiosa, do ter que se estar em casa mas só apetecer estar fora dela, de ter ​deficit ​de abraços e beijos, mas não os podermos comprar nos supermercados fechados.


Nos últimos nove meses, desde que as restrições de vida começaram, houve um grande ajuste pessoal e colectivo face às nossas rotinas, planos e sonhos. O início foi estranho, um mix de negação e querer fazer tudo bem, qual bom samaritano ou vegan-activista-do-plástico-zero. Ficámos em casa. Mesmo em casa. Depois, aos poucos, passado o medo do primeiro estado de emergência, lá começaram as escapadelas, ora agora, ora depois, e cada vez mais frequentes. Passeamos o cão dez vezes por dia até não nos aguentarmos a nós nem ao bicho, comprámos rolos de papel higiénico suficientes para limpar o bairro inteiro durante três anos; transformámos passeios higiénicos em idas ao parque - afinal, a Natureza cura e com a saúde mental não se brinca.


Ler artigo completo aqui, originalmente publicado no jornal Publico.

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